Pensei em criar esse blog, depois que minha filha ficou doente e peregrinou por vários hospitais da cidade,até ser diagnosticada com Hipertensão Intracraniana, ou pseudotumor cerebral. Quem quiser saber o que é, há várias comunidades no Facebook onde conversamos sobre o assunto, que não será o deste blog.



Nessa experiência, passamos a viver dentro de hospitais, aprender a dividir o quarto com outro paciente, alterar todas as rotinas.



Uma das fugas pra agüentar a pressão, era escrever.



E são meus escritos que quero compartilhar com todos aqueles que se interessarem.



terça-feira, 2 de novembro de 2010

O barraco da Creusa

Dá pra imaginar a cena?
Você entra no quarto semiprivativo, já pensando em quem vai encontrar, como vai dar pra lidar com a  sua doença e mais a do paciente do lado e encontra a cena: banheiro cheio de roupas lavadas e penduradas, inclusive as meias do Creuso, que dorme lá, porque a mulher tem histórico de depressão e quer morrer, presas com piranha de cabelo na beira da janela; uma bandeja com comida (da outra) sobre a mesa que deveria ser a sua e estar vazia lhe esperando: limpa e sem nada em cima!!; um frigobar com os potinhos plásticos das saladas cheios de sobras de comida que a Creusa guarda das refeições do paciente pra quando o Creuso chegar do trabalho pra ficar com ela. Só que o Creuso se atrasa e ela liga botando os cachorros. Aí o Creuso chega às 22h com janta pros dois, coca-cola e louco pra conversar. Detalhe: a Creusa faz hemodiálise, é diabética, o rim não funciona, coitada. Só que quando ela volta da hemodiálise pega o macinho de cigarros, isqueiro e desce pra frente do hospital pra fumar!! Não duvide. Aí, tu pensa: quem mandou tua família te dar educação e ensinar a respeitar o, espaço dos outros.
É aí que entra o “rodar à baiana”
Seu direito de paciente é poder descansar e você pede pra providenciarem sua ida pra outro quarto.
Nessas várias hospitalizações, o que descobrimos é que tem gente que faz isso pra se passar por louca e, com isso, consegue ir ficando sozinha no quarto, porque ninguém doente agüenta uma situação assim. E aí, a esperta fica com quarto privativo!!
Por isso é importante sempre manter a cordialidade com o pessoal do posto de enfermagem, pois nessas horas precisamos que interfiram a nosso favor. Você precisa deles mais do que imagina.

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