Pensei em criar esse blog, depois que minha filha ficou doente e peregrinou por vários hospitais da cidade,até ser diagnosticada com Hipertensão Intracraniana, ou pseudotumor cerebral. Quem quiser saber o que é, há várias comunidades no Facebook onde conversamos sobre o assunto, que não será o deste blog.



Nessa experiência, passamos a viver dentro de hospitais, aprender a dividir o quarto com outro paciente, alterar todas as rotinas.



Uma das fugas pra agüentar a pressão, era escrever.



E são meus escritos que quero compartilhar com todos aqueles que se interessarem.



sábado, 5 de janeiro de 2013

Organizando sua ida ao hospital

Por incrível que pareça, só quando passamos por uma experiência, é que nos damos conta das necessidades. Se não for urgência, dá pra se organizar.
Depois de várias hospitalizações, há alguns itens que você precisa sempre levar. Tenha sempre uma listinha pra cada lugar, mesmo que não seja o hospital. Aqui em casa gostamos muito de listinhas. Ajudam a não esquecer nada.
Coisinhas básicas:
Itens de higiene, roupa íntima, um chinelinho, borrachinha de cabelo, carregador do celular;

Coisinhas que nem se pensa: canudinhos (às vezes é preciso tomar água deitada, a copa não te atende, não se consegue com ninguém, o restaurante é muito longe do quarto);

Remédios que você toma fixo: o hospital fornece, mas às vezes, até o médico prescrever demora, e é preciso usar o seu ( ou quando os técnicos trazem medicações erradas!!!!! ISSO ACONTECE!!!!)

Se souber que vai ficar um tempo maior, leve algumas fotografias de momentos e pessoas que valem ser lembrados. É sempre reconfortante.

Mesmo sendo uma experiência chata, dá pra tornar menos pior se enfrentar com tranquilidade, com conforto, com suas coisinhas.
AHHHHHH! Uma agenda ou bloquinho, qualquer coisa que dê pra escrever, e uma caneta. Anote os medicamentos que te dão, dúvidas pra perguntar pro médico, qualquer coisa.

As cuidadoras e o celular

E eis que surge essa nova modalidade de trabalho, a bola da vez: as cuidadoras. Já convivemos com várias delas, que acompanham a paciente que divide o quarto no semi-privativo.
Por mim, não passam nem perto da minha filha!!!
Em sua maioria, gente desqualificada, limitada, sem hábitos para comportar-se em hospital, em busca de um bico pra fazer dinheiro. Parecem estar cumprindo uma obrigação de má vontade.
Claro,  há exceções!!! Mas de todas as que já vimos e assistimos, fica uma péssima impressão.
Normalmente acompanham pacientes idosos e não têm paciência nenhuma.
Das últimas, uma usava o chinelo da paciente com câncer, coitada, que queria levantar pra ir no banheiro e não achava o seu chinelo.
Coisa mais triste de se ver. A última paciente tinha uma filha que não trabalhava e pagava alguém pra ficar com a mãe. Só chegava lá de visita, com cara de má vontade.
Os familiares só querem terceirizar o trabalho. Não orientam nada!!!!!

E no meio disso tudo entra O CELULAR!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Por que celular de pobre tem que tocar bem alto, e quase sempre com a música da moda: tchutchuca ou coisa assim???
O teclado também tem SOM!!!!!!!!!!!!! e apita a noite inteira, não dá pra aguentar.
O manual do paciente não é lido por ninguém!!  Se lessem, lá está escrito que celular só no silencioso ou no vibra!!! PORQUE É HOSPITAL!!!!!!!!!!!!!
E aí aparece uma cuidadora tchanga!! E tu tá acompanhando a filha que tá sedada, 22h, e a vaca resolve fazer ligação pros parentes, pq a vozinha que ela cuida tá dormindo!!! Liga pro filho, pra cunhada, conversa sobre o fulano que já recebeu do processo que tava na justiça, e por aí vai...
Manda e recebe mensagens com som!!! E ainda recebe mensagem dos crétidos que gastou!!! COM SOM!!!!!
E aí???
Aí, lá vai tu de novo rodar a baiana e pedir pra tirar o som do celular. A tchanga fica p... da cara e tu tem que ficar pra dormir ali, pq não sabe se tá lidando com uma psicopata ou não. Na noite seguinte, ela não apareceu pra trabalhar....
Vida de hospital!!!!!!!!!!!!!!!
Sabiam que no semi privativo, se for familiar, não pode ficar, mas se for cuidador, fica. A vantagem do hospital de neuro que a  filha vai,  é que eles permitem acompanhante mesmo no semiprivativo.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Mais surpresinhas do plano de Saúde

Filha recebe guia para encaminhar hospitalização e aplicação de toxina botulínica (botox) em pontos gatilhos de dor, para tentar minimizar as dores de cabeça diárias que vem passando depois da doença. O plano autoriza a baixa no hospital e passa tempo, passa tempo, nada de autorizar o botox. Depois de quase um mês de encaminhamento, notícias: a U.. não autoriza o procedimento com o botox pq a paciente vai baixar só pra isso. Se estivesse hospitalizada e o médico solicitasse, entre outros, este tratamento, aí autorizariam.
Conclusão: nada feito. O médico no consultório cobra 1.000,00 pela aplicação e 1.600 pelo Botox. Surreal! Pagando 500,00 por mês de plano de saúde e ter que ouvir isto!

sábado, 9 de abril de 2011

Notas do meu irmão

Dia  vai,  dia  vem, e quem lia meu blog, mas nunca tinha passado por uma “hospedagem” no hospital, se depara com essa realidade.
Meu irmão não ia pro hospital desde criança,  teve um acidente e precisou baixar hospital. Ele já está bem, e me pediu pra incluir  algumas notinhas.
Como esse blog não é pra contar as doenças, mas pra comentar situações que a gente vivencia dentro de hospitais, faço uma homenagem a ele.
Essa é a primeira:  descobrimos a enfermeira pescadora, aquela que enfia a agulha, procurando acesso e fica cutucando, pescando uma veia,  até achar. Só fica um roxinho básico depois, mas nada que não se supere.
Os  remédios: já tinha acontecido com a Mari, e agora com ele. Tu tem que estar bem lúcido, pra ver o que estão te dando. É outro hospital, mas os técnicos devem fazer todos o mesmo curso: trocam remédios, esquecem de dar, tu tem que ficar cuidando e cobrando. Os médicos passam uma vez por dia e nem sonham  os furos que a enfermagem dá com as medicações que eles receitam.

A novela da biometria

Além da preocupação com o familiar, tu tem a burocracia da biometria do trabalho.
É inacreditável, mas é verdade! No órgão público em que trabalho, pra acompanhar familiar precisa pegar um atestado com o nome do paciente, dizendo que tu (tem que ter teu nome completo) precisa acompanhar a filha (nome completo), com o CID da doença, a justificativa da necessidade de ser acompanhada, o período  de afastamento. Depois de tudo isso, tem que pegar um laudo de biometria no trabalho e levar para o médico perito. A consulta é surreal. Te atendem de porta aberta, contigo falando teus problemas e todo mundo que está sentado esperando, ouvindo. Detalhe: isso tem até 48h pra ser feito e não pode ser retroativo. Se perder dias, tem que pagar trabalhando depois.
Alguém, em sã consciência, largaria um filho doente pra fazer isso?
Os médicos do hospital não entendem isso, dizem que é ilegal, que a biometria deveria aceitar só o atestado, mas os peritos dizem que estão dentro da lei e é isso, não tem discussão.
Se é tu que ta doente, uma familiar teu tem que te largar no hospital e correr pra fazer essa papelada, ou tu fica devendo dias, mesmo doente. É tão ridículo que não dá nem pra discutir.
Conclusão: é um direito do servidor, mas nem sempre uso, prefiro pagar em dias de folga e não largar a filha.

Defina emergência!

Sua definição pode não coincidir com o que acontece  num hospital.
“Vai pra emergência” , não significa que tu vai ser atendido como emergência.
Nessa setor hospitalar, emergência é morte iminente, o resto pode esperar.

Novamente nós no grande hospital de POA.
Mari baixa com sintomas de apendicite, fala que usa válvula de derivação. São 19h30.
Ganha uma fichinha que tem cor. A cor significa o tempo de espera para atendimento. A dela é de 20 minutos. Ufa!
Vem uma técnica cavala e mede os sinais. Daí, normalmente vai pro sorinho. Pra achar a veia, a tal técnica não é muito habilidosa e cava até sangrar. E ali ela  fica, morrendo de dor, no sorinho.
Qualquer leigo pensa: a válvula tem um cateter que comunica com o cérebro. Se tem inflamação no abdômen  qual é a lógica?  Começar logo antibiótico! Mas não! Começam a dar Buscopan pra dor.
Aí é o seguinte: avisam que vão fazer uma eco. Já são 22h.  Duas horas e meia depois, levam pra eco. Uma hora depois, voltam pra dizer que a eco foi inconclusiva e precisam fazer uma tomo.
Não adianta! Ou tu tem um médico de confiança e liga pra ele, ou os médicos da emergência fazem um servicinho básico. Abaixo da crítica!!
Levam pra tomo e ninguém diz mais nada. No meio da madrugada, avisam que há suspeita de apendicite, que tem uma mancha perto do apêndice, que vão ter que contatar um cirurgião.
Perguntam se temos um e indico o que me operou.
Passa o tempo e nada. A guria morrendo de dor.
6h30 da manhã pergunto se já fizeram contato com o médico. Empurra daqui, empurra dali. A turma da noite ta pra trocar o plantão, as enfermeiras lendo Caras no posto de enfermagem. Uma me diz que certamente a médica do plantão ligou. Peço confirmação e ela diz que no momento não pode confirmar, porque não sei quem não está ali e aí, responde: quando o médico acordar, pergunto pra ele!!!!
7h30- penso em ligar pro meu médico. Pergunto pro plantão se não dá pra ligar pro gastro e me dizem que precisa ser com o cirurgião, mas não estão conseguindo contato.
8h30 – desisto de esperar e ligo pro meu gastro (leia-se salva tudo). Ele me atende de dentro do hospital. Em meia hora chega, altera os remédios, manda começar o antibiótico!! Ah! O antibiótico, aquele que a mãe exagerada pensa que deviam ter começado na noite anterior!!!
E mais: o atendimento da enfermagem muda completamente!
Haja sangue frio e autocontrole (aliás, com a nova ortografia, já nem sei como se escreve isso).

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Surpresinhas do plano de Saúde

E então, tu sai do hospital, na saída te avisam que tá tudo ok, alta liberada. Férias, vamos pra praia descansar!!! Aí, o maridão liga e avisa que tem um Sedex pra mim. Leva o papel do Correio pra praia, tenho que assinar pra autorizar. Volta pra POA, vai no Correio e o que é????
Uma correspondência do hospital, com um doc de cobrança, que um dos exames de sangue (TGP) feitos na emergência o plano não cobriu. Valor? R$16,78. Dá pra acreditar? Não é o valor, que é baixo, é a incoerência do negócio, pois foram feitos outros exames de sangue junto com esse e só um não foi autorizado.
Falei com meu médico e ele me disse pra ver o que iam me dizer, mas que esse exame é de rotina e tem cobertura. Fui no hospital hoje pra ter explicações sobre o que era isso. A explicação: esse exame é coberto quando feito ambulatorial, na emergência a Unimed não cobre, porque o exame é desnecessário para o diagnóstico!!! Opa, não é o meu médico que disse isso, é o pessoal que administra o plano de saúde!!!
Detalhe: estive hospitalizada de 9 a 18 de dezembro (nove dias) e o doc tinha vencimento para 15/01/2011. Não deu tempo antes de eu sair, do convênio se manifestar???