Pensei em criar esse blog, depois que minha filha ficou doente e peregrinou por vários hospitais da cidade,até ser diagnosticada com Hipertensão Intracraniana, ou pseudotumor cerebral. Quem quiser saber o que é, há várias comunidades no Facebook onde conversamos sobre o assunto, que não será o deste blog.



Nessa experiência, passamos a viver dentro de hospitais, aprender a dividir o quarto com outro paciente, alterar todas as rotinas.



Uma das fugas pra agüentar a pressão, era escrever.



E são meus escritos que quero compartilhar com todos aqueles que se interessarem.



sábado, 9 de abril de 2011

Defina emergência!

Sua definição pode não coincidir com o que acontece  num hospital.
“Vai pra emergência” , não significa que tu vai ser atendido como emergência.
Nessa setor hospitalar, emergência é morte iminente, o resto pode esperar.

Novamente nós no grande hospital de POA.
Mari baixa com sintomas de apendicite, fala que usa válvula de derivação. São 19h30.
Ganha uma fichinha que tem cor. A cor significa o tempo de espera para atendimento. A dela é de 20 minutos. Ufa!
Vem uma técnica cavala e mede os sinais. Daí, normalmente vai pro sorinho. Pra achar a veia, a tal técnica não é muito habilidosa e cava até sangrar. E ali ela  fica, morrendo de dor, no sorinho.
Qualquer leigo pensa: a válvula tem um cateter que comunica com o cérebro. Se tem inflamação no abdômen  qual é a lógica?  Começar logo antibiótico! Mas não! Começam a dar Buscopan pra dor.
Aí é o seguinte: avisam que vão fazer uma eco. Já são 22h.  Duas horas e meia depois, levam pra eco. Uma hora depois, voltam pra dizer que a eco foi inconclusiva e precisam fazer uma tomo.
Não adianta! Ou tu tem um médico de confiança e liga pra ele, ou os médicos da emergência fazem um servicinho básico. Abaixo da crítica!!
Levam pra tomo e ninguém diz mais nada. No meio da madrugada, avisam que há suspeita de apendicite, que tem uma mancha perto do apêndice, que vão ter que contatar um cirurgião.
Perguntam se temos um e indico o que me operou.
Passa o tempo e nada. A guria morrendo de dor.
6h30 da manhã pergunto se já fizeram contato com o médico. Empurra daqui, empurra dali. A turma da noite ta pra trocar o plantão, as enfermeiras lendo Caras no posto de enfermagem. Uma me diz que certamente a médica do plantão ligou. Peço confirmação e ela diz que no momento não pode confirmar, porque não sei quem não está ali e aí, responde: quando o médico acordar, pergunto pra ele!!!!
7h30- penso em ligar pro meu médico. Pergunto pro plantão se não dá pra ligar pro gastro e me dizem que precisa ser com o cirurgião, mas não estão conseguindo contato.
8h30 – desisto de esperar e ligo pro meu gastro (leia-se salva tudo). Ele me atende de dentro do hospital. Em meia hora chega, altera os remédios, manda começar o antibiótico!! Ah! O antibiótico, aquele que a mãe exagerada pensa que deviam ter começado na noite anterior!!!
E mais: o atendimento da enfermagem muda completamente!
Haja sangue frio e autocontrole (aliás, com a nova ortografia, já nem sei como se escreve isso).

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